O ano terminou com o anúncio de uma quebra significativa no
rendimento dos agricultores (que já antes era baixo), os custos de produção
continuam altíssimos, os serviços do Ministério da Agricultura preparam-se para
mais um desmantelamento, com a “integração” das Direcções Regionais de
Agricultura e Pescas nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e,
neste novo ano, inicia-se a aplicação do PEPAC (Plano Estratégico Nacional da
Política Agrícola Comum), com mais exigências e penalizações para os pequenos
agricultores.
Nestas circunstâncias, e face à
substituição do titular da pasta da Secretaria de Estado da Agricultura, a CNA
reclama que, mais do que mudanças de nomes, são necessárias mudanças nas
políticas para o sector.
Está mais do que na altura de o Governo
resolver os problemas que tanto afectam o sector agrícola, de forma a melhorar
o rendimento dos agricultores, a aumentar a produção nacional, garantindo
alimentos acessíveis à população e a soberania alimentar do país.
A CNA tem apresentado propostas concretas
nesse sentido, como a “Proclamação
com 12 Medidas urgentes e estruturais para defender a Produção Nacional”,
aprovada no 9º Congresso da CNA e da Agricultura Familiar, a 6 de Novembro de
2022.
A mudança de rostos deve ser, pois,
entendida como uma oportunidade para mudar de política e não para, como afirmou
o Primeiro-Ministro, insistir na mesma política. Para retomar um Ministério da
Agricultura que volte a integrar as áreas das Florestas e do Desenvolvimento
Rural, que seja forte, operativo, com meios e recursos e sem ser desmantelado,
para assumir outras políticas capazes de promover o desenvolvimento da produção
nacional e do Mundo Rural, com a justa remuneração do trabalho dos
agricultores, para dinamizar o Estatuto da Agricultura Familiar.
Estas, sim, são as mudanças necessárias.
Coimbra, 5 de Janeiro de 2023
A Direcção da CNA